O Brasil se aproxima da marca de 130 mil mortes por Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, os números seguem em queda, com menos de mil mortes por dia - nesta quinta-feira (10), foram registradas 983 mortes e mais 40.557 novos casos da doença -, mas as taxas de contágio aumentaram.

De acordo com relatório do Imperial College de Londres, o ritmo de contágio  do novo coronavírus no Brasil aumentou entra a última semana de agosto a primeira de setembro. A instituição, que monitora o avanço da pandemia no mundo todo, observou que até o último dia 6 a chamada taxa RT do país voltou a ficar em 1. Isso significa que cada 100 contaminados podem contaminar outras 100 pessoas. No período anterior, o índice estava em 0,94, o que indicava desaceleração no crescimento de contaminados.

Os dados indicam que o avanço do coronavírus no Brasil está em patamar de crescimento, mesmo que estável. Ou seja, o país ainda não conseguiu estabilizar a queda no número de novos casos.

Desde o início da pandemia, em março, o país já perdeu 129.522 vidas e o total de casos confirmados da doença é de mais de 4.238.446, segundo o Ministério da Saúde. Nesta quinta-feira, a média móvel de óbitos ficou em 692 por dia, uma redução de 21% em relação à média de 14 dias atrás.

A queda no número de mortes é uma tendência mundial. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), foram registradas 3.889 mortes por coronavírus nesta quinta, o menor número desde o dia 14 de julho, quando 3.633 pessoas morreram. Na comparação mundial, segundo a organização, uma novidade foi que Argentina entrou para a lista dos 10 países com mais contágios e tem tendência de alta. Já o Brasil ainda tem os seus números em tendência de queda.

O Brasil é o terceiro país do mundo em número de casos, tendo sido superado nesta semana pela Índia que registra 4.562.414 milhões de casos. Os EUA, que estão há meses em primeiro lugar no ranking da tragédia, têm 6,4 milhões de pessoas infectadas e quase 191 mil mortas.

A boa notícia no Brasil é que esses números começam a ter uma tendência clara de queda de óbitos, embora ainda os dados sejam altos. Desde de 5 de setembro e esta quinta-feira (10), as taxas de queda elevadas, - 17%, -15%, -17%, -26%, -28%. Nesta quinta-feira foi de -21%, e em apenas cinco dias, as mortes caíram, em média, 16%.

Também houve queda na média móvel de casos, que está em 27.659 por dia, queda de 29% em relação à média de 14 dias atrás. É a maior queda no número de novos casos que o Brasil registrou desde o começo da pandemia.

Taxa de transmissão volta a subir após aglomerações nos fins de semana

Especialistas alertam que o pior já passou, entretanto, se os cuidados não forem mantidos - como evitar aglomerações, usar máscara, lavar as mãos sempre que puder, essa queda pode se tornar mais lenta ou o gráfico pode até voltar a crescer. Lembrando que os finais de semana vêm registrando aglomerações e desrespeitos às normas sanitárias em várias praias do Brasil.

Para os especialistas, no entanto, o ritmo de queda pode estar comprometido pela baixa adesão ao distanciamento social. Não há nenhum estado com índices de isolamento acima de 40% e, na última semana, os níveis ficaram ainda mais críticos, o que pode facilitar a disseminação do vírus e refletir um aumento de casos nos próximos dias. Houve, inclusive, nesta semana, um aumento da taxa de contágio da Covid-19 com o fechamento da semana 36.

Estados em alta, queda e estabilidade

O estado do Acre, que estava em estabilidade, nesta quinta registrou novamente uma alta de 30% na média móvel de óbitos.

DF e nove estados aparecem com estabilidade. São eles: Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Roraima, Ceará, Maranhão e Pernambuco.

Ceará estava em alta e, nesta quinta, aparece estável. Já o Maranhão e Pernambuco estavam em queda e foram para a estabilidade. A situação muda com muita velocidade, pode mudar de um dia para o outro.

Santa Catarina, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas, Amapá, Rondônia, Tocantins, Alagoas, Bahia, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe são os dezesseis estados que estão com redução na média diária de mortes.

As maiores quedas foram registradas no Rio Grande do Norte e no Amapá.

AstraZeneca pode retomar testes da vacina em uma semana

Os testes da vacina de Oxford, interrompidos devido à suspeita de reação adversa grave em um volunário no Reino Unido, conforme divulgado na terça-feira (8), podem ser retomados no início da próxima semana, de acordo com o jornal britânico Financial Times.

O voluntário teria desenvolvido uma doença inflamatória rara chamada mielite transversa, inflamação que afeta a medula espinhal, bloqueando a transmissão dos impulsos nervosos, ainda de acordo com o jornal. Mas ainda não se sabe se o quadro foi realmente desencadeado pela vacina.

O caso está sendo investigado por um comitê independente da empresa AstraZeneca, desenvolvedora da vacina junto à Universidade de Oxford. A AstraZeneca seria uma das primeiras a entregar resultados do estudo clínico da vacina contra a covid-19. A vacina de Oxford é uma das apostas do Brasil para a imunização da população e está sendo testada em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia em 5 mil voluntários desde o dia 20 de junho.

 

Fonte: https://www.cut.org.br/noticias/brasil-se-aproxima-de-130-mil-vidas-perdidas-pela-covid-19-e-taxa-de-contagio-so-2258